Gente, não sei se vocês repararam, mas os grupos de jardinagem no Facebook estão bombando com o mesmo drama: tomates que estavam perfeitos e do nada começaram a murchar. Semana passada mesmo vi pelo menos uns cinco posts sobre isso, e olha que eu só entro lá de vez em quando!
A questão é que não é só murcha comum não. É aquela situação onde você vai lá de manhã, vê tudo verdinho e bonito, e quando volta à tarde parece que alguém esqueceu de regar por uma semana. Só que você regou direitinho, o solo está úmido… então o que diabos está acontecendo?
Resolvi pesquisar a fundo porque, admito, fiquei com um medinho danado dos meus tomates cereja. E olha, descobri umas coisas que vão te deixar de cabelo em pé.
Você conhece aquela murcha normal, quando falta água? Pois é, essa não é ela. Nesse caso, as folhas ficam murchas mesmo com solo úmido, começando pelas mais velhas e subindo. É como se a planta perdesse a força de sustentar as próprias folhas.
Minha cunhada passou por isso mês passado. Ela jura que cuidava direitinho, regava na medida, e mesmo assim três pés de tomate simplesmente “desistiram” em questão de dias.
O estranho é que isso tem acontecido mais no finalzinho do verão e começo do outono. Justamente quando a gente pensa que já passou o período crítico das plantas.
Essa é a vilã número um. A Ralstonia solanacearum é uma bactéria que ataca o sistema vascular do tomate. Imagina como se fosse um entupimento nas “veias” da planta — a água não consegue subir e ela murcha mesmo tendo água disponível.
O pior é que essa bactéria adora calor e umidade. Ou seja, nosso clima tropical é um prato cheio para ela.
Outro vilão comum é o fungo Fusarium oxysporum. Ele entra pelas raízes e vai bloqueando os vasos da planta aos poucos. É mais lento que a bactéria, mas igualmente devastador.
Às vezes o problema não é falta de água, mas sim encharcamento seguido de secura. Essa gangorra confunde a planta e pode causar uma murcha que parece vir do nada.
Não vou entrar em pânico, mas a real é que as mudanças no clima têm deixado as plantas mais estressadas. Dias muito quentes seguidos de chuvas intensas criam o ambiente perfeito para doenças.
Tem muita gente comprando mudas sem saber a procedência. E infelizmente, algumas já vêm com problemas que só aparecem depois.
Com a economia apertada, muita gente tem reutilizado terra de vasos antigos. Só que se não fizer o tratamento correto, pode estar levando problemas de volta para casa.
Corte um pedacinho do caule perto da base. Se estiver escuro ou com pontos pretos por dentro, é sinal de doença vascular.
Se a murcha vai de baixo para cima e não melhora nem com rega, provavelmente é doença. Murcha por falta de água melhora rapidinho quando você rega.
Se possível, retire a planta do vaso e observe as raízes. Raízes escuras, moles ou com cheiro ruim indicam problemas sérios.
Se você pegou no comecinho, pode tentar:
Infelizmente, quando é doença vascular, é bem difícil salvar. O melhor é remover a planta inteira, inclusive as raízes, e descartar (não use como adubo!).
Se você suspeita que o solo está contaminado, não use em outras plantas. Pode fazer solarização (cobrir com plástico transparente no sol por algumas semanas) ou simplesmente descartar.
Eu sempre digo: melhor prevenir que remediar. Vale mais a pena investir em terra nova do que perder uma horta inteira.
Se você quer continuar plantando tomates, use vasos novos com substrato limpo. Mantenha longe da área que teve problema.
Enquanto isso, aposte em plantas menos sensíveis como alface, rúcula ou temperos. Elas dificilmente têm esses problemas.
Quando você acerta o tratamento ou a prevenção, as plantas novas crescem vigorosas, sem sinais de murcha. As folhas ficam verdes e firmes, mesmo nos dias mais quentes.
Então é isso, pessoal! Se seus tomates estão murchando sem motivo aparente, não se desespere. Investigue, trate se possível, e principalmente previna para a próxima temporada. E lembra: não é culpa sua — às vezes essas coisas acontecem mesmo, faz parte do aprendizado de quem jardina!
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